Autoconhecimento: como aprender a ter gestão de tempo

O que você encontrará nesse post: 

• Tempo é vida

• Reconhecer quais são as necessidades da sua vida hoje

• Como o autoconhecimento te auxilia na gestão de tempo

• Fazer escolhas coerentes com os seus objetivos

O tempo é vida

É provável que você já tenha se deparado com o seguinte pensamento: “eu sempre consegui fazer desse jeito. Por que não estou conseguindo mais?” ou então “24 horas não são suficientes para tudo o que eu preciso fazer”. E para abordar esse tema, acho que cabe introduzir o seguinte trava-língua:

“O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem”

Tenho quase certeza de que memórias infantis foram despertadas, mas provavelmente você nunca percebeu que esse trava-língua nos ensina que o tempo não muda, ele é sempre o mesmo. Nos organizamos em 24 horas. Mesmo que as nossas atividades mudem, sempre serão 24 horas.

A filósofa Lúcia Helena Galvão mencionou que tempo é sinônimo de vida e, partindo dessa circunstância, você sabe o que está fazendo com a sua? Você percebe que a vida é agora e as necessidades que ela tem se modificam?

Mudanças de prioridades

Pare por um instante e se imagine no passado, há 10 anos. Lembre-se do que te motivava ao longo dos dias, o que despertava a sua atenção, preocupação, felicidade e reação e quais eram as suas prioridades naquele momento. Elas continuam as mesmas? Há grandes chances de que elas tenham mudado e, mesmo que sejam semelhantes, não são iguais. 

Gosto de exemplificar com pessoas que têm filhos, pois eles representam exatamente a mudança das nossas necessidades. A atenção que os filhos precisam se modifica ao longo de seu crescimento: o tempo dedicado e o suprimento das necessidades de um bebê são completamente diferentes das de uma criança e/ou adolescente e assim por diante. E é natural que as prioridades desses pais se modifiquem nesse processo.

Apesar de ser natural a mudança de prioridades, é comum que muitos comportamentos tornem-se hábitos e cobranças em si, te levando a um estado automático de agir, sem a clareza necessária de qual é a finalidade desse comportamento. É o famoso “para que serve este comportamento?” E é neste momento que o autoconhecimento se torna essencial. Ele permite que você enxergue com clareza o que você está fazendo consigo, com a sua vida e aprenda a gerir o seu tempo.

As cobranças que nos fazemos precisam ser avaliadas. 

Questione-se: “Essas cobranças fazem sentido para o momento em que vivo hoje e com o que eu preciso? Se sim, elas estão me alertando de que há algo que deixei de fazer ou ainda posso fazer? Se não, por que estou dando importância? Para que elas estão surgindo?”

É preciso se conhecer e reconhecer as próprias necessidades e habilidades para que você possa equilibrar os “pratos” da sua vida e comece a aprenda a gestão de tempo. Veja um exemplo simples e prático: 

Uma pessoa que sabe que o período em que mais tem energia criativa e facilidade em escrever é pela manhã. Considerando esse conhecimento: faz sentido ela se organizar para escrever à noite, sendo que irá se desgastar, se forçar a escrever algo que não será tão eficiente e que, provavelmente, demorará muito mais tempo do que se ela tivesse se organizado para realizar essa demanda pela manhã? Não! Por mais que ela consiga realizar a tarefa, haverá um gasto de energia exacerbado e, consequentemente, uma perda de tempo. Uma perda de vida que poderia estar focada em equilibrar outros pratos, ou melhor, outras áreas importantes para a sua vida hoje.

A vida é feita de escolhas e o autoconhecimento é a sabedoria necessária para que essas escolhas sejam coerentes com o que quer. É um fato que escolher sempre terá um ônus e um bônus. São inseparáveis. E sempre caberá a você avaliar quais consequências (positivas e negativas) irá enfrentar. Não é possível ir à praia no feriado sem pegar a cidade lotada, assim como não é possível focar em uma promoção em seu trabalho sem querer assumir as responsabilidades que ela exigirá de você. 

Ir à praia te cobrará tempo e paciência, sua promoção te cobrará mais dedicação e abertura de espaço em sua vida para encaixá-la. E nessa adequação de tempo/vida cabem algumas percepções: 

A primeira delas é de que seres humanos vivem e viver inclui tentar e falhar. Você precisa da experiência para adquirir confiança, logo, não faz sentido se cobrar perfeição.

Pessoas precisam de pessoas e neste ponto, leia-se rede de apoio. Você pode precisar de ajuda ou demandar parte das responsabilidades a outras pessoas. Conhecer as suas prioridades e responsabilidades te permitem avaliar quais demandas necessitam realmente de você, quais você precisará do apoio de outras pessoas e quais não te pertencem e precisam ser destinadas a seus respectivos responsáveis. 

Por último, entenda que as suas escolhas e prioridades se modificam. Logo, se em algum momento você precisou destinar mais atenção a uma área de sua vida, ela não precisa ser a mesma para sempre. Imagine como uma carga de energia em que o total é 100% e essa porcentagem precisa ser dividida entre os pratos da vida, o equilíbrio entre eles irá variar conforme o que faz sentido PARA VOCÊ HOJE!

Psicóloga e Palestrante Izabella Almeida dos Santos (CRP 06/161578)

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