Você tem uma personalidade impulsiva?
- izabellapsi
- 18 de out. de 2024
- 3 min de leitura
O que você encontrará nesse post:
O que são reações impulsivas.
Defesas que desenvolvemos a situações conflitantes.
Aprender a reconhecer quando essas defesas se tornam prejudiciais.
Você acha que suas reações impulsivas são "só o seu jeito"? Talvez não sejam.
Quantas vezes você já ouviu ou até mesmo falou algo como "Eu sou assim mesmo, explosiva" ou "Esse é o meu jeito, eu não consigo controlar"? É muito comum associarmos reações impulsivas, desequilíbrios emocionais e comportamentos intensos à nossa personalidade. Acreditamos que essas características fazem parte de quem somos, algo imutável e natural. Mas será que isso é realmente verdade?
Se você já se pegou justificando um comportamento assim, talvez seja hora de refletir: será que essas reações fazem mesmo parte de quem você é ou elas são, na verdade, respostas automáticas que você desenvolveu ao longo da vida para se defender ou sobreviver a situações difíceis?

Reações impulsivas: mecanismos de defesa, não de personalidade
Em algum momento da vida, todos nós desenvolvemos maneiras de lidar com situações que nos machucam ou que despertam insegurança. Para algumas pessoas, isso pode significar se fechar, evitar confrontos; para outras, significa reagir de forma impulsiva, gritar, explodir ou até mesmo se afastar de quem ama. São respostas de sobrevivência, mecanismos que a nossa mente e corpo encontraram para nos proteger.
Se uma criança, por exemplo, cresceu em um ambiente onde precisava se defender para ser ouvida, pode ser que, na fase adulta, ela continue a agir de forma reativa em situações que não pedem esse tipo de defesa. O problema é que esses mecanismos, que um dia foram úteis, hoje podem estar prejudicando suas relações, sua vida profissional e até mesmo seu bem-estar emocional.
A confusão entre "ser quem eu sou" e "um comportamento aprendido"
É aí que entra a grande questão: muitas pessoas acreditam que reações impulsivas ou o descontrole emocional fazem parte da sua essência, da sua "personalidade", e por isso não veem a necessidade de mudar. Elas podem até pensar que as pessoas ao redor é que precisam se adaptar ao seu jeito de ser. Mas, na realidade, esse "jeito" não precisa ser definitivo, nem faz parte da sua identidade.
Esses comportamentos foram aprendidos, são respostas automáticas que sua mente adotou em algum momento da vida para lidar com situações difíceis. E, como todo comportamento aprendido, também pode ser modificado. Quando você começa a identificar que essas reações impulsivas não são a sua essência, mas sim mecanismos de defesa, abre-se um caminho para a mudança e, consequentemente, para uma vida mais equilibrada e harmoniosa.
Quando as reações já não são mais necessárias
Muitas vezes, esses mecanismos de defesa que desenvolvemos em momentos de vulnerabilidade se tornam prejudiciais quando o cenário muda. Imagine alguém que, por ter crescido em um ambiente onde se sentia constantemente atacado, desenvolveu uma postura agressiva. No passado, isso pode ter sido necessário para garantir a sobrevivência emocional. Mas, agora, em um ambiente mais seguro, essa agressividade pode afastar pessoas importantes e criar conflitos desnecessários.
Esses comportamentos, que antes protegiam, agora causam sofrimento. É um ciclo: a pessoa reage impulsivamente, se arrepende, sente culpa, mas não consegue sair desse padrão porque acredita que "é assim mesmo".
Como reconhecer e começar a mudança
O primeiro passo para sair desse ciclo é reconhecer que essas reações não definem quem você é. Elas foram aprendidas, sim, mas já não são mais úteis. Na verdade, podem estar criando barreiras nas suas relações, no trabalho, na sua vida pessoal.
Entender que você pode, sim, controlar essas reações é libertador. E é aqui que a terapia pode ser uma ferramenta fundamental. Um processo terapêutico pode te ajudar a identificar esses padrões de comportamento e, principalmente, trabalhar para modificá-los. A terapia oferece um espaço seguro para que você compreenda de onde esses impulsos vêm, por que eles surgem e, o mais importante, como você pode agir de maneira diferente daqui para frente.
Você não é definido(a) por suas reações
É essencial lembrar que você não é as suas reações impulsivas. Você é muito mais do que isso. A forma como reagimos diante das situações é algo que pode ser transformado, quando reconhecemos que nossos comportamentos são aprendidos e que podemos desaprender o que já não nos serve mais.
Se você se identificou com esse texto e sente que essas reações impulsivas estão impactando negativamente a sua vida, que tal considerar a possibilidade de buscar ajuda? Entender que você não está sozinho(a) nesse processo já é o primeiro passo para uma transformação positiva. A terapia pode ser um caminho para viver de forma mais equilibrada, sem ser refém dessas reações automáticas que já não fazem sentido.
Você merece viver de maneira mais leve e com mais controle sobre suas emoções. E o primeiro passo pode começar hoje.
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